Postando…

O Bodegas compilou a desgarrada postante entre Gabriel Silva e João Caetano Dias, no Blasfémias. Pela criatividade, vale a pena reproduzir com a devida vénia:

A post roubado não se olha ao enter.
Quem vai à bica, perde o post.
Os bons posts fazem os amigos.
Cá se postam, cá se pagam.
Os posts iludem.
Os posts são como as cerejas, vêm uns atrás dos outros.
Os posts e os amores, os primeiros são os melhores.
Posta melhor quem posta por último.
Amigos, amigos, posts à parte.
Deixem-me postar. (Ditado cavaquista)
Nunca comento e raramente posto. (outro)
Postar é fixe.
Quem tem CPU tem blogue.
Mais vale um post na mão, do que dois drafts a voar.
Malha no post enquanto está quente.
Mãos quentes, postes ausentes.
Muito postar, pouco acertar.
O primeiro post é para os pardais.
O post a seu dono.
O post perdido nunca se recupera.
Post por post, blog por blog.
Os posts são para as ocasiões.
Os homens não se medem aos posts.
Posts não pagam dívidas.
Há posts que vêm por bem.
De bons posts está o blog cheio.
Postando se vai ao longe.
Quem posta por gosto, não se cansa.

Preocupante…

Sem tempo para aprofundar a questão, limito-me achar muito preocupante que o despacho de não pronúncia de Paulo Pedroso, Francisco Alves e Herman José considere as declarações das testemunhas “falsas, inventadas, contraditórias e delirantes” e acuse o MP de “tentativa de manipulação grosseira de depoimentos“. É preocupante para os acusadores, para as vítimas, para o bom nome dos acusados e, sobretudo, para a sanidade mental colectiva do povo português.

Egoísmo vs. Altruísmo

O Estado do Sítio refere-se a umas “explicações” de Soares sobre a dicotomia esquerda-direita, que ele expressa numa oposição altruísmo-egoísmo.

A ideia é interessante e liga-se com uma uma polémica recente a propóstito da diferença entre “consumidor e “cidadão”. A polémica começou no Bicho Carpinteiro, continuou no Blasfémias e – abundantemente – na respectiva caixa de comentários.

Qual a ligação que faço entre as duas coisas? Está expressa no meu comentário nessa ocasião: “a diferença entre cidadão e consumidor é que o cidadão é capaz de comportamentos altruístas e o consumidor só consegue comportamentos egoístas. É por isso que a democracia MELHORA o funcionamento da sociedade (a História demonstra-o). E é por isso que o mercado faz a sociedade PROGREDIR (a História também o demonstra). Somos ambas as coisas – cidadãos e consumidores – e ainda bem!”
Mas – acrescento agora – não devemos esquecer a diferença entre o nosso lado mais nobre e o nosso lado mais miserável. Aquele que nos eleva (sem religiões…) e aquele que nos subjuga.

A esquerda é ideologicamente altruísta e a direita é ideologicamente egoísta. Isso constitui simultaneamente a força e a fraqueza de cada uma delas.

O velho tem razão!

Forte e feio!

«(…) podem cobrir-se aqueles jovens de subsídios, juntando outros àqueles que as suas famílias já recebem, e o problema da sua exclusão manter-se-á. Porque ela nasce dum dos pilares da nossa cidade-Estado: o nosso culto das vítimas. Esse culto que nos permite sentir moralmente superiores. Os pobrezinhos das segundas-feiras das famílias burguesas do início do século XX foram substituídos pelos excluídos. (…) Em nome dessa tremenda mistificação que é o multiculturalismo alimentou-se nestas populações um culto das suas raízes africanas e muçulmanas, quando as raízes deles estavam aqui. Criou-se-lhes uma identidade em alhures que ninguém sabe onde fica, tanto mais que não existe.»
Helena Matos, no Público
(citação Babugem)

Ciclo Falar de Blogues na Almedina, em Lisboa

(via Bomba Inteligente)
Dia 10 de Novembro, pela 19h, na Livraria Almedina, no piso 2 do Atrium Saldanha, em Lisboa, mais uma conferância do ciclo Falar de Blogues. A organização é de José Carlos Abrantes e da Almedina. Os participantes são Catarina Rodrigues, mestranda em Ciências da Comunicação (da organização do 2.º Encontro de Weblogs), António Granado, do Ponto Media e jornalista do Público, Joana Amaral Dias, co-autora do Bicho Carpinteiro e Rogério Santos, do Indústrias Culturais e professor na Universidade Católica.

Os sofismas dos franceses

O discurso circular e sofismático (muito “à la Guterres”) dos responsáveis franceses (presidente e PM) acerca dos acontecimentos em Paris é particularmente emblemático e irritante.

O problema é grave e não tem uma solução fácil. Claro que existe um efeito de mimetismo que leva as hordas de jovens sem referências a imitarem outras hordas de jovens sem referências. Claro que existe um efeito de visibilidade que os media e as televisões conferem ao fenómeno que faz dos distúrbuios “um espectáculo!”. Claro que estes são actos de delinquentes e marginais provavelmente sem nenhuma filiação étnica que não seja meramente circunstancial. Mas de facto, trata-se de hordas de jovens sem referências, com desejo de protagonismo e vontade de demonstração de força, alimentados pela crença de que são marginalizados pela sociedade. E isso são-no em Paris como o são em Lyon, em Hamburgo, em Amesterdão, em Londres, em Roma ou em Lisboa. Nuns casos serão muçulmanos, noutros serão turcos, indianos ou caboverdianos. Mas o que serão sempres é hordas de jovens marginalizados com desejo de protagonismo.

Cavaco mordeu o isco?

Ao contrário do que acreditavam Nuno Rogeiro e Pedro Lomba, entre outros, essa história da “deriva presidencialista” não era apenas um fantasma criado pela esquerda para ganhar votos. Estas declarações de Cavaco não dão a medida institucional dessa “deriva”, mas dirigem para aí a questão. Estarão os analistas errados? Ou serão eles que estão certos e, ao inverso, é o próprio Cavaco que está errado ao negá-los. Como li algures (prometo dizer onde quando voltar a tropeçar nesse post), Cavaco terá mordido o isco de Soares e dirigiu a agenda para onde o velho político queria que ela fosse. Não há dúvida: esta eleição vai ser interessantíssima de observar.

Praias Privadas

Ao contrario do Causa Nossa, eu nao aplaudo este categorico “nao ha praias privadas em Portugal” proferido pelo ministro do Ambiente, Nunes Correias. Ha praias privadas em todo o mundo ocidental. E se nao pode haver praias privadas, pode haver campos de golfe privados? E monumentos privados?
Sujeito a confirnaçao, esta afirmaçao parece-me um descuido esquerdista que o PM ainda pode ter que vir emendar.
(explicaçao para a falta de acentos: postdo a partir de um teclado italiano no lounge de Milao)