Last.fm adopta modelo pago

Isto é realmente uma péssima notícia, da qual só agora tomei conhecimento.

Se tivesse que eleger um site, de todos os que conheço, que , na minha opinião, corporiza o melhor da internet, provavelmente seria este.

Agora, menos de um ano depois de ter sido comprado pela CBS, o Last.fm vem anunciar que, devido a questões de direitos, terá que passar a ser pago fora dos EUA, Reino Unido e Alemanha.

A explicação para esta distinção entre o “primeiro mundo” e o “resto do mundo” já é bastante estranha: alegam que só têm serviços de vendas de publicidade nesses mercados e que só nesses países conseguem gerar rendimentos publicitários suficientes para pagar os direitos de autor das músicas. Isto significa que não querem que os visitantes de países “terceiros” desfrutem de um serviço que eles não conseguem monetizar, mesmo sem custos adicionais relevantes.  O que é bastante mesquinho. Claramente não se trata de uma situação em que o serviço não pudesse continuar como está; trata-se obviamente de uma situação em que os novos donos procuram novas formas de ganhar mais dinheiro com um site de sucesso.

E é aqui que bate o ponto, como diz o povo. Eu já recomendei muitas vezes o Last.fm e não sei quantos novos ouvintes angariei para esta “rádio” online. Trata-se, repito, do melhor site do mundo, na minha opinião. Mas obviamente não pagarei os míseros 3 dólares por mês que  irá custar. Por uma questão de princípio. Primeiro porque a explicação para o “uns” e “outros”  não apaga a injustiça de base. Segundo, porque  o modelo de negócio não pode ser este; tem que ser outro. Algo que a CBS irá certamente descobrir dentro de pouco tempo (dou-lhe um ano ou menos).

Portanto, tenho pena da CBS, cujas “vistas curtas” nasta matéria são tipicas dos grandes media e não pressagiam nada de bom para eles, e tneho algum desprezo pelso fundadores do site, que se aburguesaram e  quiseram “engordar” à conta do site que tão excelentemente produziram. Espero que estejam envergionhados do que fizeram!

Nós, os utilizadores da internet, conitnuaremos com a nossa vida e rapidamente encontraremos um substitutuo para o last.fm (play.fm, spotify.com e grovveshark.com são alguns dos candidatos). Será que o CBS também irá comprar algum deles? Isso não sei, mas uma coisa sei: o dinherio da CBS há-de acabar um dia…

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Podcasts da TSF

A notícia de que os podcasts da TSF são um êxito é uma boa notícia para os podcasts e para a TSF.

Mas não posso deixar de achar incorrecto da parte dos seus responsáveis que o conteúdo dos referidos podcasts não apareça nos leitores de RSS, obrigando a visitar o site para ver que programas queremos descarregar. O que a TSF pretende, claro, é que os visitantes cliquem no site para juntar às estatísticas de pageviews. Fundamento esta opinião no facto de já ter alertado para isto quer o webmaster quer o director do online, sem ter recebido nenhuma resposta da parte de qualquer deles (tão “web 1.0″…).

Deste modo, para além de suspeitar que um número não negligenciável dos 400 mil downloads referidos na notícia são de pessoas que primeiro descarregam e depois verificam se era aquilo que queriam, eu, como utilizador habitual de podcasts (tanto de música como de media), dei por mim a deixar de descarregar os conteúdos da TSF (apesar de ser fã incondicional das entrevistas de Carlos Vaz Marques).

Ou seja, na minha opinião, a TSF, na realidade, ainda não percebeu para que servem os podcasts e está a fazer dos mesmos (com sucesso) uma utilização tipicamente de media tradicional. O approach tem que ser outro radicalmente diferente.

Três recomendações de rádio disponíveis online via podcast, para momentos intimistas:

Vidro Azul, um programa de Ricardo Mariano na Rádio Universidade de Coimbra, descoberto via Intíma Fracção.

Finisterra, um programa de Eduardo Brito e Hugo Ferreira, na mesma rádio, descoberto via Vidro Azul.

Ultima Thule, um programa de George Cruickshank, Mike Watson e Nev Dorrington emitido em Sydney, Adelaide e Camberra, Austrália.

 Com links destes e um leitor de mp3 redefine-se o papel da rádio.