“We need to talk about Kevin“, da inglesa Lynne Ramsay, é um filme complexo sobre coisas complexas.
Se gostam de narrativas lineares, com princípio, meio e fim, não vão ver este filme.
Mas se, pelo contrário, gostam de histórias complexas, com personagens fortes, então não deixem de ver! Tilda Swinton não é a personagem central deste filme; Tilda Swinton é o filme! Toda a narrattiva é vista pela mente complexa de uma mãe com complexo de culpa. E corre à medida desordenada e aparentemente desconexa das memórias. Daí a complexidade. O filme passa-se dentro da mente de uma mãe perturbada; e é precisamente aí que nós o vemos.
Não sei qual é a estrutura do romance, mas o filme tem essa complexidade adicional a juntar à da própria temática e da própria história. E – claro – Tilda Swinton é simplesmente brilhante.
Vão ver. Mas não esperem sair de lá mais esclarecidos do que entraram.
[ADENDA]
Faltou dizer uma coisa importante.
Na minha opinião este filme só tem um erro grave: a realizadora não resiste a tentar pôr um fim numa narrativa que não tem fim, nem meio, nem principio. Devíamos saír de dentro da mente da protagonista da mesma forma que entrámos: sorrateiramente e sem aviso prévio. Aquela pergunta básica – “Porquê?” – era desnecessária e fútil.