O que é dramático é que, quando olhamos para trás, percebemos que o povo português foi sempre, apenas, um figurante da sua própria História. Quando muito o artista convidado.
Do 25 de Abril de 74 à adesão à CEE, da instauração da República ao longo inverno do Estado Novo, o povo português nunca foi visto ou achado. Em 74 chegou quando a coisa já estava consumada e – basicamente – porque ninguém o impediu; e quando aderimos à CEE também não consta que tivesse feito alguma força nesse sentido. No essencial suponho que o povo tenha ficado surpreendido por ter sido convidado para um festim europeu que agora se percebe ter acabado em ressaca.
Por isso, o que irá fazer o povo português perante o FMI? Vai obviamente fazer aquilo que sempre fez: nada!Vai baixar as orelhas, evitar fazer ondas e continuar no carreiro como um rebanho bem comportado. Mééé!